Série especial conta bastidores inéditos do acidente fatal de Senna e como a tragédia transformou a F1

Presente no GP de San Marino em 1994, jornalista brasileiro Livio Oricchio narra com riqueza de detalhes um dos episódios mais tristes da história do esporte

| GLOBOESPORTE.COM / LIVIO ORICCHIO, EM ESPECIAL PARA O GE


Quem foi Ayrton Senna, último brasileiro tricampeão de F1
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Um relato comovente, por vezes muito triste, rico em detalhes, revelador, com informações até mesmo inéditas, 30 anos depois. Um verdadeiro documento, de valor histórico, sobre a perda de Ayrton Senna, em Ímola, na Itália, no dia 1º de maio de 1994.

O jornalista Livio Oricchio, presente no GP de San Marino no Autódromo Enzo e Dino Ferrari, narra em primeira pessoa tudo o que vivenciou naquele fim de semana “tenebroso', termo ainda hoje usado por profissionais da F1 para defini-lo.

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Além de Senna, no domingo, a F1 perdeu no sábado o piloto austríaco Roland Razenberger, da equipe Simtek, e por pouco ainda no primeiro dia de treinos, sexta-feira, Rubens Barrichello, da Jordan, iniciando sua carreira, não morre também. Sofreu grave acidente.

A obra tem um texto de abertura e 12 capítulos, um minilivro apresentado digitalmente. Os textos são longos, por terem a preocupação de contextualizar os acontecimentos daquele fim de semana, importante para compreensão global das tragédias.

Você verá que o que aconteceu na pista italiana teve relação direta com a mudança radical do regulamento para aquela temporada, dentre outros fatores.

E sua extensão se deve, também, à natureza da escrita, de disponibilizar o máximo de informações possíveis obtidas por uma testemunha ocular no autódromo e no Hospital Maggiore, para onde Senna foi transportado e sua morte, anunciada. Mais: a impressionante experiência de o repórter regressar ao Brasil, junto de outros jornalistas, ao lado do caixão de Senna na classe executiva do voo da Varig de Paris a São Paulo. Boa leitura.

Senna, 30 anos depois

É uma reação já tradicional: ao nos aproximarmos do dia 1º de maio, a imagem de um rico personagem cuja obra se estende para além do seu sucesso no esporte começa a povoar mais intensamente a mente de milhares de cidadãos, sejam brasileiros, italianos, japoneses, ingleses e de outras nacionalidades.

A maioria é capaz de recordar, em detalhes, onde estava naquele 1º de maio de 1994, mesmo se fossem ainda crianças, data em que o nosso personagem transferiu sua esfera de atuação para outro universo. Marcou profundamente a vida de muitos.

É possível nos estendermos um pouco mais: existe já uma geração que não o conheceu, nasceu depois do GP de San Marino de Fórmula 1 de 1994, mas o admira, se inspira nos seus princípios filosóficos, sempre presentes quando sua figura vem à tona, ao lado, claro, do resgate de sua excepcional habilidade que o coloca dentre os maiores pilotos de todos os tempos. Três vezes campeão do mundo, por exemplo.

Trinta anos. Um bloco considerável do tempo. Dá para acreditar? Tão longe e tão perto, ao mesmo tempo. Dia 1º fará 30 anos que não apenas o Brasil, mas a humanidade perdeu Ayrton Senna. Certos representantes de nossa espécie não têm nacionalidade, sua obra é universal e imune ao tempo, estará sempre sensibilizando quem a conhece, não importa a época.

No filme americano “Uma Odisseia no Espaço', do diretor Stanley Kubrick, de 1968, apesar de projetar o futuro, a música tema é “Assim falou Zarathustra', do alemão Richard Strauss, composta em 1896. Dá para entender melhor o que significa uma obra eterna e sem fronteiras? Transcende gerações de diferentes culturas. É o que já acontece com o legado de Senna.

De 1984 a 1994, anos em que competiu na F1, Senna viajou de ídolo brasileiro a herói nacional, com fãs no mundo todo. Foi com esse status que deixou o palco.

Como jornalista, acompanhei de perto boa parte da carreira de Senna. Passei a cobrir as corridas nos autódromos ainda em 1987 e com presença em praticamente todos os GPs de 1991 a 2020. Fui testemunha ocular das conquistas de Senna, de toda natureza. Um privilégio!

Mas nossa conversa nessa série em 12 capítulos que apresento a seguir não tem como objetivo abordar o que Senna realizou na F1. O foco aqui é tudo o que cercou a sua perda, na terceira etapa do campeonato, em Ímola, como mencionado, há 30 anos.

Vamos compreender juntos que o acidente na Curva Tamburello, às 14h17, na sexta volta da prova, não foi obra do acaso. Ele se insere em uma série de acontecimentos que ajudam bastante a explicá-lo. Sem teorias da conspiração, por favor.

A rigor, começa com a mudança radical do regulamento técnico e esportivo da F1 de 1993 para 1994. Passa, a seguir, pelo histórico do principal engenheiro responsável pelo modelo usado por Senna naquela corrida, o Williams FW16-Renault, o inglês Adrian Newey, e pelo empirismo que regia a segurança como um todo da competição, dentre outros aspectos.

A série oferece, ainda, um relato em detalhes sem precedentes dos momentos chocantes vividos por nós presentes no Hospital Maggiore de Bolonha, para onde Senna, já agonizante, foi transportado de helicóptero depois do acidente, das informações que nos eram repassadas pela Doutora Maria Teresa Fiandri a cada novidade do quadro clínico, até o anúncio oficial da morte, às 19h05, hora local.

A seguir, nos capítulos finais narro a dolorosa experiência de viajar de volta ao Brasil, por 11 horas, ao lado do caixão de Senna na classe executiva do voo da Varig Paris-São Paulo, junto de profissionais do seu staff e de amigos jornalistas.

Por fim, vamos ver que a perda de Senna e do piloto austríaco Roland Ratzenberger, da equipe Simtek, no dia anterior, no mesmo evento, não foram em vão.

É possível afirmar que aqueles dois acidentes fatais levaram a F1 a uma revolução tão grande da sua segurança que desde então muitas vidas foram salvas e não apenas na F1, mas no automobilismo mundial.

Há pouco citei a palavra “empirismo' para definir como a segurança da F1 era pensada. Pois depois da criação do Instituto FIA, decorrente das duas tragédias em Ímola, o empirismo deu lugar ao cientificismo. Explico em detalhes no capítulo de encerramento. Compartilhemos tudo.

Nesta segunda, no ge, leia o primeiro capítulo da série especial.



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