A comerciante de 47 anos, mulher do agiota identificado apenas Miguel, preso por receptação e por posse ilegal de arma de fogo após ser perseguido e baleado por atiradores, disse que a vítima tinha muitos inimigos e o revólver calibre 38 encontrado em sua casa era para se defender de desafetos.

Na noite de ontem (29), o agiota seguia para casa dirigindo a picape Fiat Strada quando foi perseguido e baleado por dois suspeitos numa motocicleta. Mesmo ferido com 4 tiros, a vítima tentou fugir e acabou danificando o muro e invadiu duas casas do Residencial Celina Jallad, na Rua Jeromyta Maria de Souza, no Bairro Portal Caiobá II, em Campo Grande. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros em estado grave e levado para a Santa Casa, onde foi preso em flagrante por causa da arma, com registro de furto, encontrada em sua casa.

Enquanto atendia a ocorrência, a PM (Polícia Militar) recebeu informação de que a vítima era mal vista no bairro, porque frequentemente disparava o revólver na rua e fazia ameaças, em razão de sua atividade de empréstimo ilegal. Os policiais então foram até a residência de Miguel, localizada no mesmo bairro, onde questionaram a esposa da vítima sobre a situação.

Ela confirmou e explicou que ele mantinha a arma em casa devido ao seu envolvimento com a agiotagem e tinha diversos inimigos espalhados pela cidade. A mulher acabou admitindo também que o marido fazia disparos em frente à residência deles.

Durante as buscas, os policiais encontraram o revólver calibre 38 com cinco munições, na cozinha, em cima da geladeira. No quarto do casal, numa bolsa preta, enrolado em um saco plástico, também foram localizados R$ 30 mil em dinheiro. A esposa disse que o marido estava economizando para comprar um terreno.

Tentativa de homicídio - O agiota dirigia a picape pela via quando passou a ser perseguido por duas pessoas numa motocicleta e acabou baleado. Mesmo ferido e para tentar escapar, Miguel acelerou, perdeu o controle e atingiu o muro de dois imóveis.

No carro, foi encontrada uma caderneta com sangue contendo vários nomes e valores. À polícia, a esposa da vítima confirmou que ele é agiota, emprestando dinheiro a juros. Não há informação se os atiradores já foram identificados. O caso será investigado pela DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).