De MS, pesquisadora cria programa inédito para catalogar plantas do Cerrado

Software agiliza estudos e pode ajudar a salvar espécies do desaparecimento

| CASSIA MODENA / CAMPO GRANDE NEWS


Pesquisadora acessa o Inovtaxon, que ajuda a identificar plantas do Cerrado (Foto: Divulgação)
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Identificar uma espécie de planta não é tarefa simples nem para um botânico. Afinal, existem milhares em cada bioma e, muitas vezes, elas são bem parecidas umas com as outras.

Para acelerar o tempo de estudos e ajudar a comunidade científica a catalogar e salvar do desaparecimento espécies vegetais do Cerrado, a pesquisadora de Mato Grosso do Sul, Deborah Bambil, criou ferramenta inédita capaz de armazenar número ilimitado de imagens e nomes de plantas do bioma de forma bem acessível.

Cientista também, mas de sistemas de informação, ela descobriu que a agilidade na identificação era uma lacuna ao conversar com amigos pesquisadores da área ambiental e participar de um congresso.

'Pessoas que pesquisam plantas vão conseguir identificá-las no programa sem ter que procurar um botânico, levar para um herbário para comparar ou consultar uma universidade. Vai facilitar muito', explica.

Deborah conseguiu neste mês o registro da patente da ferramenta, que chamou de Inoctaxon. O nome faz referência à taxonomia, a ciência que dá nome a todos os seres vivos.

O programa de computador está disponível para o sistema operacional Linux. É fácil de acessar por quem é pesquisador e está habituado com o uso de ferramentas assim. Agora com a patente, pode ser adquirido por universidades e centros de pesquisa de qualquer lugar. Vai junto um manual simplificado de como utilizar.

A pesquisadora sugere o uso em locais como o Bioparque Pantanal, de Campo Grande, complexo turístico e de estudos que também contempla o Cerrado. 'Programas assim já são utilizados por universidades de outros países, seria uma inovação interessante para o local', diz.

Catálogo - O Inoctaxon tem uma margem de acerto das espécies de 98%, segundo Deborah. O percentual é considerado alto.

Foram catalogadas inicialmente 30 espécies vegetais. A expansão será possível com a colaboração de pesquisadores, conforme o programa estiver em uso.

A identificação é feita a partir de imagens que escaneiam a folha das espécies, com o máximo de detalhes. Estão registradas de 30 a 40 amostras de cada uma. É possível alimentar o sistema usando câmeras de aparelhos celulares, até.

No mestrado e doutorado - Deborah desenvolveu o projeto durante a dissertação de mestrado apresentada à UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), feita em conjunto com orientadores da UCBD (Universidade Católica Dom Bosco) e da UnB (Universidade de Brasília), em 2018.

Está em fase de análise o registro de outro programa criado durante o doutorado da pesquisadora. Ele identifica genoma de qualquer planta baseado em algoritmo. 'Esse pode ajudar no melhoramento genético das espécies, evitando estresse por seca e excesso de água, além de acelerar o crescimento', descreve.

Atualmente, a pesquisadora mora em Brasília (DF), onde dá aula no IFB (Instituto Federal de Brasília) e continua investindo nas pesquisas da computação aplicadas às áreas biológicas.



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